Renan e Mônica
Quem vem acompanhando o imbroglio do Senador Renan Calheiros com a jornalista Mônica Veloso deve ter sua opinião formada sobre o tema.
Também tenho a minha e esclareço, desde logo, não se tratar de discurso moralista, pois como bem disse Gilbert Keith Chesterton, sou homem e, portanto, carrego todos os demônios em meu coração. Mas, vamos lá: Renan Calheiros transformou sua versão num melodrama mexicano. No discurso aos seus pares, sentado na cadeira de presidente do Senado, a confundir o homem com a Instituição, referiu-se à ex-namorada como “a gestante”. Da gravidez propriamente, disse ser um “calvário”, querendo empregar a palavra com o sentido de “sofrimento”. E seria a criança a sua crucificação?
Também citou Cícero, o célebre orador e senador da República romana, conhecido justamente por sua dureza com o que considerava degeneração dos costumes. O pretexto para citar Cícero foi lamentar que a disputa política tivesse chegado à vida privada dos indivíduos.
Nós é que lamentamos o triste espetáculo.
6 comentários:
Dr, acho que lamentamos muito além da exposição da vida privada do senador, ele usar a "exposição" como cortina de fumaça para encobrir aquilo que interessa a todos nós que é sua conduta política! Sua vida pessoal pouco interessa e ele não deveria se sentir constrangido, afinal ninguem tem nada a ver com isso mesmo!
Também concordo, Lorena. Aliás, a aventura extra-connjugal do senador iria passar em brancas nuvens, não fosse a suspeita da empreiteira ter pago suas contas pessoais relativas à pensão da criança.
Abraços.
Ilustre (posso assim nomeá-lo?), estamos todos mal das pernas, dos olhos e dos ouvidos, quando se pensa nos poderes constituídos.
Mais que isso. Vivemos num estado de lástima, sem luz no fim de nada. Os homens de mando se vendem por muito, muito pouco e até por quase nenhum trocado.
Quando se vê numa mulher um objeto de desejo e numa criança um exemplo de mortificação, partindo não de um cidadão comum, ignorante e maltratado, mas por quem foi revelado, acaso não lhe dá a impressão que o ser humano está ficando inviável?
E o que dizer de um mandatário, que confunde burrice e tráfico de influência com ingenuidade, apenas para salvaguardar a "honra" da "família"?
Sei não, estou ficando desolada...
Vou ler seu blog para aprender muito, principalmente o respeito às exceções, que insisto respeitar. É o que resta fazer.
Cordialmente
Pietra Carreras
Cara Pietra. Seu post me fez lembrar de Pandora, aquela da mitologia grega que ao abrir a caixa que continha as virtudes da humanidade, deixou escapar todas, com exceção da esperança.
Penso que assim como a evolução humana, que não dá saltos, a melhoria da sociedade vem aos poucos. Se vc raciocinar que 400 anos atrás, países invaidam outros para impor seus dogmas religiosos, que se queimavam livros pessoas apontadas como bruxas ou autores de livres tidos como hereges...
Abraços.
Caro Carlos, assim você me permite chamá-lo, na minha caixa, até a esperança está se esvaindo.
Na minha aldeia se dizia aos pequenos, repetivivamente, cansativamente: é importante respeitar os humildes; e os mais velhos. As crianças, os animais, o vizinho, as autoridades constituídas. Estes ensinamentos, além e principalmente o amor à Deus, continuam sendo princípios fundamentais da convivência humana.
Vou prender com uma cordinha essa esperança, para que ela na saia de mim.
Está difícil, mas vale tentar.
Seus olhos de pessoa nova, progressista, serão capazes de me ajudar nessa tarefa.
Meu respeito. Seu blog é bastante limpo e não permite justificativas para não visitá-lo. Depois vou me concentrar nas músicas e nos textos que abordam sua profissão.
Pietra Carreras
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