sábado, 17 de março de 2007

Uma Palavra Para Helen


Leio na edição de hoje do Amazonas em Tempo, o desfecho do caso que envolveu o bebê Fabian, de apenas 1 ano, encontrado morto, afogado, junto com o tio, Alyssson da Silva.

Fabian foi enterrado ontem e a cerimônia foi marcada pelo desespero de sua mãe, Helen Cristina da Silva, que de joelhos em cima da sepultura do filho, gritava: "Meu Deus! Perdoai por não ter ficado ao lado do meu filho quando ele precisou de mim e me chamou de mamãe..."

A morte de um filho antes dos pais viola uma regra não escrita da natureza. A tendência são os pais falecerem antes dos filhos. Só a ruptura desse caminho natural, instintivo, já se mostra traumática.

Por isso, fico imaginando a dor de Helen vendo a partida prematura de seu Fabian, arrrancado de forma brutal de seus braços, nos dois sentidos, pois consta que Alysson arrebatou o bebê dos braços de uma prima de Helen. Não precisamos perder um filho para sabermos que essa é uma experiencia assustadora e desorganizadora e que a dor é tão profunda que paralisa, emudece, ensurdece e faz cessar a vontade de continuar a viver.

Mas Helen vai saber superar esse momento trágico que está a vivenciar.

Vai perdoar Alysson, o tio drogado que levou o bebê para as águas do igarapé, onde os dois se afogaram.

E Deus vai te perdoar, Helen, por você supostamente não ter ouvido o chamado de Fabian. Na verdade, - Fabian - não estava a gritar por socorro. Apenas desejava te avisar que iria estar ao lado do Senhor, contente, no céu.

4 comentários:

Anônimo disse...

Por um momento paramos... refletimos... olhos nos delatam...
E aí? Aí segue a vida com nossa dose diária de desconforto.O que fazer se a dor, quando o fato vem de estranhos já é quase insuportável?Deus nos proteja.
PS: Minha gripe entrou no 10° dia, peguei no blog.

Carlos Zamith Junior disse...

Olá, Antonio. A vida é uma luta renhida, como disse o poeta. Vamos seguindo em frente, sendo levado pelo destino. Se nós não o seguimos (destino), ele nos arrasta...
Ei, gripe de 10 dias não é gripe....
Já fiquei bom da minha.
Abraços.

Loba Vermelha disse...

Li sobre este bebê a caminho de Borba, no final de semana. A pior parte, pra mim, é o que diz respeito às drogas. E, sabe, dói viajar por cada município deste estado e perceber que esta é uma realidade premente e latente até nas menores localidades. Some-se a isso a prostituição infantil e o nonsense interiorano de que "é mesmo assim". Será que ninguém vê isso? :( Machuca e fere...

Carlos Zamith Junior disse...

È Leia, é um vício que só traz desgraças. Num posto de 17 ou 16 de fevereiro, se não me engano, eu relato um interrogatório que realizei de um rapaz, classe média, estudante de direito da FNL. Ele roubava (mão armada, mesmo) para sustentar o vício.
Maldito vício é o nome do post.
Abraços.