sábado, 30 de junho de 2007

Músicas da semana

Mash-up, bastard pop ou bootleg é a justaposição de duas ou mais músicas em uma só, resultando em uma forma renovada de tocar canções que você já havia enjoado de escutar. Exemplo dessa mistura é a primeira canção "Just Be Good To Me", que traz os acordes iniciais de "Every Breathe You Take" do The Police, mesclado com um trecho de outra canção desconhecida para mim. Assemelha-se a algo da Cindy Lauper (Se puderem complementar o post, agradeço). A performance é do grupo italiano Karmah.

Em seguida, o maior sucesso do The Police, mas numa versão reggae, interpetada pelo grupo Regatta Mondatta.

A terceira música é uma adaptação de "Tom's Dinner" (Suzzane Vega), novamente por
Karmah.

A penúltima é a versão original de "Tom's Dinner", na voz de sua compositora e intérprete, Suzanne Vega.

Por fim, "Nine Million Bicycles", por Katie Melua. Gosto muito dessa música e da cantora. Tem um toque oriental. Diferente.















sexta-feira, 29 de junho de 2007

Coitado do Mané


Deu na Folha Online:

André e Luciana, funcionários da Justiça de São Paulo, conversam pelo MSN, um programa de bate-papo muito popular na internet. Falam mal de Cida, a diretora de um dos cartórios do fórum em que trabalham.

Até aí, tudo normal. Só que a conversa foi parar, na última segunda-feira, no Diário Oficial do Estado, bem no meio de um despacho do Antonio Jeová da Silva Santos, da 7ª Vara Cível do Fórum Regional de Santana (zona norte de São Paulo), em processo de despejo por falta de pagamento.

Andre Leoncio e Luciana Pires começam a conversar pelo MSN às 16h43 do dia 12 de junho. É ela quem começa a conversa: "E ai da pra falar...". E Andre responde: "To ocupado serviço pra caramba". Às 17h01, Andre diz que precisa continuar a fazer o serviço de Cida, que tinha acabado de chegar. Andre reclama que Cida não está executando suas funções adequadamente. Ele diz que quer chegar a escrivão, mas que não agüenta mais e pretende pedir transferência.

Eles comentam que o juiz está prestes a se aposentar e temem o que acontecerá com a chegada de um novo juiz.

A assessoria do TJ informou que já foi instaurado um processo administrativo para apurar o responsável pela irregularidade. O processo será conduzido pelo juiz da vara, que aplicará as punições previstas no Estatuto do Funcionalismo, que vão de repreensão a demissão do serviço público.


Clique no link do site Migalhas para ler na íntegra as abobrinhas de Luciana e André, chamado de Mané pela colega de trabalho.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Vai começar a festa...




Amanhã, sexta--feira, começa mais um festival folclórico de Parintins.

Até domingo, último dia do festival, a cidade recebe mais de 100 mil pessoas para viver e amar a apresentação dos dois boi bumbás: Garantido e Caprichoso.

Cada apresentação é uma experiência inesquecível. Assiste-se, tudo ao mesmo tempo, uma suntuosa apresentação musical, uma procissão religiosa, um ritual tribal, um show de bonecos gigantescos, um conto de fadas com poderosos vilões e bravos heróis, uma apresentação folclórica, uma grandiosa festa para a platéia e uma energizante coreografia da “galera” – torcedores do “Boi".

Não tenho certeza quanto ao fato, mas esse evento seria o único em que a Coca-Cola abre uma exceção: fabrica suas latinhas na cor azul. Foi a saída encontrada para não melindrar o pessoal do Boi Caprichoso, que tem essa cor como símbolo.

As fotos, acima, mostram um pouco dessa festa e da cidade de Parintins.

Estação verão


Hoje, em Manaus, 15:00 horas, céu azul e uma temperatura de 38 graus. Estamos com um verão daqueles.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

A sandália e o boné


Vejam como os tempos mudaram (para melhor, sou otimista): a atitude do juiz trabalhista da cidade de Cascavel (PR), que decidiu cancelar uma audiência porque uma das partes calçava chinelos, repercutiu negativamente no seio do judiciário.

A juíza Zilmene Manzoli, do 2º Tribunal do Júri de Goiânia, por exemplo, autorizou o réu Manoel Elson Francisco da Conceição a usar boné durante a sessão de julgamento, na segunda-feira (25/6). De acordo com a juíza, a autorização foi em protesto à postura daquele magistrado.

Para a juíza, não se trata de desrespeito ao Judiciário a pessoa comparecer a audiências trajando vestimentas simples. “Não pode ser considerada como desrespeito a atitude de pessoas simples, humildes e até mesmo ignorantes, que comportam não com desrespeito ao Judiciário, mas de acordo com suas possibilidades", afirmou.

A juíza determinou que fossem encaminhadas cópias da ata da sessão às Associações dos Magistrados Brasileiros, do Estado do Paraná e de Goiás, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à OAB de Goiás. A intenção é que fique registrada sua indignação com a atitude do juiz.


terça-feira, 26 de junho de 2007

Uma educação familiar que fabrica marginais


Do blog do Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja.

Acabo de ver no Jornal Nacional um troço escandaloso.

Uma empregada doméstica foi roubada e espancada por cinco jovens de classe média alta no Rio, quatro deles universitários — um é estudante de direito. Quatro já foram presos. O pai de um dos detidos deu uma entrevista depois de se desculpar com a vítima. E não teve dúvida: “É injusto manter crianças que estudam na cadeia”. As “crianças” a que se refere são maiores de idade, estavam num automóvel, voltavam de uma boate.

Não faltará quem veja na ocorrência uma espécie de derivação da crueldade dos ricos contra os pobres, mais um capítulo de uma espécie de arranca-rabo de classes. Bobagem! Não guardei o nome do pai — vou procurar depois no site do JN. Mas o que eu vi ali foi o resultado de algumas décadas de educação laxista, que prolonga indefinidamente a adolescência dos marmanjos, fazendo deles seres inimputáveis: podem quebrar, espancar, invadir, consumir drogas, fazer qualquer coisa. Eles têm direito à balada. E isso vale para qualquer classe.

Já o pai da empregada, um homem simples, disse o óbvio: há pais, hoje em dia, que não querem saber onde estão seus filhos e o que eles fazem. Na mosca! Por isso, ele criou uma mulher decente, que trabalha e ganha a vida honestamente. Enquanto o outro está implorando impunidade para o seu marginal chique.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Nossa língua portuguesa


Aproveitando o gancho sobre o post "Procura-se um dicionário", que abordou o rebuscado despacho escrito por um magistrado do Mato Grosso do Sul, lembrei de algumas deturpações praticadas em cima de expressões populares e que de tanto reproduzidas terminaram por ganhar legitimidade.

Quem nunca ouviu a conhecidissíma "não prega prego sem estopa"? Mas, o que a estopa tem a ver com o dito popular? Nada. não se encaixa. O correto é "não prega prego sem escopo", ou seja, sem objetivo, sem finalidade.

Também a expressão "dar uma pala" e o seu diminutivo "dar uma palinha", adquiriu uma nova forma: transformou-se em "dar uma palhinha". Pala é um enfeite de vestido feminino, uma dobra perto da gola, ou aquela parte do boné, também chamada aba. É um ornamento e em sentido figurado situa-se como uma coisa secundária. Daí a expressão "dar uma pala", ou seja, resumir, adiantar o assunto, dar apenas uma pista do que se vai dizer. Por extensão, chegou-se a "dar uma palinha", que significa ser ainda mais sucinto.

E a usual "escarrado e cuspido", empregada quando se quer realçar semelhança física ou de comportamento entre duas pessoas, mais precisamente entre parentes: Fulano de tal é o pai escarrado e cuspido . Bem, há uma velha teoria de que esta expressão seria a corruptela de "encarnado e esculpido", antiga frase que se referia a imagens de santos. Outra vertente afirma que a corruptela deriva da expressão "em carrara esculpido". Esta última é uma alusão à perfeição das esculturas de Michelangelo, pois carrara é um mármore da Itália e foi bastante usado por ele.

Enfim, qualquer uma das duas versões faz mais sentido que a anti-higiênica "escarrado e cuspido".

domingo, 24 de junho de 2007

Carregando a tocha




Ontem, sábado, por volta das 13:00 horas e sob uma temperatura de 36 graus, o "velho" conduziu a tocha dos jogos pan-americanos durante parte do percurso que ela fez por Manaus.

Como vocês podem notar pelas fotos, ele começou meio devagar, talvez inibido pela presença dos policiais militares, mas, na sequência, ensaiou um pique, forçando o agente de trânsito a acelerar a potente Yamaha.

Tudo isso aos 81 anos. É um
gigante.

Procura-se um dicionário


Ninguém valoriza o que não conhece. Partindo desse mote, a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) lançou em agosto de 2005,campanha para simplificar a linguagem jurídica utilizada por magistrados, advogados, promotores e outros operadores da área.

Para a entidade, a reeducação lingüística nos tribunais e nas faculdades de Direito, com o uso de uma linguagem mais simples, direta e objetiva, está entre os grandes desafios para que o Poder Judiciário fique mais próximo dos cidadãos.

O documento acima reproduz despacho de magistrado do Mato Grosso do Sul. Desconsidera a campanha promovida pela Associação. Clique na imagem para ler o seu conteúdo, mas antes, previna-se com um bom dicionário.

Fonte: Espaço Vital

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Sandálias da humildade


Notícia do site Consultor Jurídico.

O juiz Bento Luiz de Azambuja Moreira, da 3ª Vara do Trabalho de Cascavel (PR), decidiu cancelar uma audiência porque uma das partes calçava chinelos. Para ele, “o calçado é incompatível com a dignidade do Poder Judiciário”.

O trabalhador Joanir Pereira ajuizou ação trabalhista contra a empresa Madeiras J. Bresolin. A primeira audiência, no entanto, não foi feita porque o ex-funcionário estava com calçado impróprio para o ambiente, de acordo com o juiz.

Na ata, o juiz registrou a sua insatisfação e marcou uma nova data para a audiência. O caso foi noticiado, nesta quinta-feira (21/6), pelo site Espaço Vital.
“O juiz deixa registrado que não irá realizar esta audiência, tendo em vista que o reclamante compareceu em Juízo trajando chinelo de dedos, calçado incompatível com a dignidade do Poder Judiciário”, registrou o documento
.

Digo eu, relembrando Einstein: "existem apenas duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao Universo".

Alegria e tristeza de um juiz do interior

O juiz de Direito tem de ter sensibilidade e humanismo. Há, é certo, os que não têm tais apanágios. Estes não são, obviamente, juízes vocacionados. São apenas investidos no cargo por obrigação. Agora, juiz de Direito, mas juiz mesmo, é aquele que olha com olhos de ver. É aquele interessado na distribuição da justiça. É aquele que quer conhecer a comunidade na qual exerce a judicatura. É aquele que quando vai embora de uma cidade, sempre promovido, deixa a população com lágrimas nos olhos

Clique aqui para acessar o site Migalhas e leia o comovente comentário de Mário Marcio de Almeida Souza, juiz de direito no interior do Maranhão, de como é a vida de um magistrado no interior.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Disk 190 VIP


Quem já experimentou acionar o número 190, linha direta com a polícia militar, decepcionou-se, com certeza. Uma hora não dispõem de vitura, noutra nem sinal da polícia militar e, não muito raro, o contato telefônico nem é estabelecido.

Essa não parece ser a dificuldade do comerciante Orisvaldo Pantoja. Vítima de um furto (quatro pneus), a esposa do comerciante telefonou para o oficial da Polícia Militar Aroldo Ribeiro e este, diligentemente, acionou um oficial subalterno que providenciou o deslocamento de uma viatura com o objetivo de localizar os suspeitos.

Resultado: populares presenciaram a prisão dos dois suspeitos (sem flagrante e sem ordem judicial) e, posteriormente, eles apareceram "desovados" num varadouro, com os corpos crivados de bala e marcas de tortura.

Deu vontade de apelar, aqui, ao Tenente-Coronel Aroldo, para disponibilizar o seu telefone à população amazonense. Afinal, nunca se viu tamanha presteza num fato dessa natureza. Mas, depois fiquei a pensar: vai que os subordinados do Tenente-Coronel se excedam novamente....

(Clique na imagem para ver a notícia ampliada, publicada no jornal A Crítica, edição de 21.06.07).

Músicas da semana: um pouco de tudo

Contrabalançando as agruras da semana, o player abaixo contém 05 canções preparadas para o final-de-semana que já se aproxima.

A primeira, Sexual Healing, sucesso original de Marvin Gaye, interpretada por Sarah Connor.

Depois, 9 Crimes, canção inclusa no album do mesmo nome, gravado por Damien Rice. Atente para a melancolia da voz de Damien Rice, aqui em dueto com Lisa Hannigan, (parceira também do primeiro disco). O vocal de Damien é de uma tristeza incomensurável, emociona porque é lacrimoso. Para quem nunca ouviu falar de Damien Rice, ele ganhou uma superexposição com o sad hit The Blower’s Daughter, que virou trilha sonora do filme Closer e ganhou duas versões brasileiras, uma de Zélia Duncan, com interpretação de Simone e outra de Ana Carolina e Seu Jorge.

A terceira canção é a conhecidissima I Will Survive, megasucesso de Gloria Gaynor, mas, aqui, cantada por nada mais nada menos que Diana Ross. Ficou muito bom.

A penúltima se chama Eye in The Sky, na voz de uma cantora chamada
Noa, nascida em Israel. Linda a introdução da canção: "Don't think sorry's easily said / Don't try turning tables instead..."

Por fim, em homenagem ao senador Renan Calheiros e ao meu amigo Leoney, um brega clássico: Peguei no Flagra. Quem canta é Genival Santos (não tenho maiores informações sobre a figura). Repare na pronúncia do vocábulo "flagra", logo na primeira estrofe: "eu lhe peguei no fraga...". É sério.

Boa audição.















quarta-feira, 20 de junho de 2007

Verdade verdadeira

Ainda da reunião do Conselho de Etica, algumas coisas se aproveitam: o senador Sérgio Guerra, PSB-PE falou uma verdade: até agora, o Conselho nada investigou: todas as investigações foram conduzidas pela imprensa.

Ainda fez gracinha com o relator Wellington Salgado.

Hilário.

Deu piti (complementado)


Estou assistindo pela BandNews a reunião do Conselho de Ética do Senado Federal. Trata-se de forte concorrente ao programa Zorra Total.

O presidente Sibá Machado (PT-AC) propõe que não se vote hoje coisa alguma ali.

Depois de ouvir a sugestão de Sibá, o espalhafatoso senador Wellington Salgado deu piti: disse que largará a relatoria do Caso Renan se o Conselho recusar votar o relatório do enfermo Epitácio Cafeteira (PTB-MA) com um aditivo de autoria dele.

O Senador Salgado ostenta uma insólita cabeleira (veja a foto), mas é mais conhecido por suas extravagantes posições: disse que se sentia constrangido ao fazer xixi, pois cada vez que vertia urina, gastava 5 litros de água para se livrar do xixi. Mas o cúmulo ocorreu na CPI do apagão aéreo: sugeriu a reconstituição do acidente com o avião da Gol.
E mais um pormenor: assim como o presidente do Conselho, Wellington Salgado não tem um voto. É suplente de Hélio Costa, atual ministro das comunicações.

PS. E o piti do senador se confirmou: renunicou à relatoria recém assumida. Vai ficar conhecido como Wellington, o Breve. Enquanto isso, Renan foi para o dendê.

Desprezo


Contando ninguem acreditaria. Mas é verdade.

O Diário Oficial que circulou no último dia 15, estampa no caderno do Poder Judiciário a portaria nº 2454/07, cujo conteúdo revela uma inusitada situação (clique na imagem para vê-la ampliada).

O documento trata da convocação do juiz Flávio Pascarelli para compor o quorum de julgamento do Tribunal de Justiça, em razão de férias da desembargadora Maria do Socorro Guedes Moura. Até aí nada demais. Entretanto, no corpo da portaria, constata-se que três juízes mais antigos que o magistrado Pascarelli recusaram a chamada para ocupar o lugar da desembargadora titular.

Em épocas passadas, essa convocação seria disputada a tapas.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Mea culpa

No dia 16 de maio passado, quando me encontrava no exercício do plantão judicial, recebi para apreciação um habeas corpus, no qual se apontava ilegalidade cometida por um delegado de polícia. Via de regra, requisitam-se informações à autoridade apontada como coatora para, em seguida, julgar-se o mérito do pedido.

Com a petição em cima da minha mesa para decidir sobre o pedido preliminar de liberdade, recebi as advogadas que impetraram o habeas corpus. Relataram de viva-voz o conteúdo da ação constitucional, exibindo-me, ainda, uma fotografia registrada por celular, na qual se visualizava lesão nas costas do paciente.

Impressionado com o relato das três profissionais e após checar no sistema do Tribunal e existência de alguma pendência em relação à pessoa do coagido (que se revelou negativa, embora sua folha de antecedentes, não), decidi comparecer à Delegacia Especializada em Roubos e Furtos - DERF - para poder me posicionar em relação ao pedido liminar de liberação do preso.

Na repartição policial, conversei pessoalmente com o Delegado. Não existia prisão em flagrante nem ordem escrita de outro juiz, a tornar ilegal o constrangimento denunciado. Era ele, paciente, portador de péssimos antecedentes e por uma coincidência, fora reconhecido por uma de suas vítimas, mas num crime ocorrido em março de 2006. Na ânsia de fazer justiça a todo e qualquer preço, a autoridade policial justificava a prisão com tal argumento e na tentativa de me convencer, fez entrar na sala onde conversávamos a senhorita vítima, situação que gerou uma tensa e inapropriada discussão.

Quem milita na área criminal sabe que em matéria penal, o juiz está manietado pelo princípio da interpretação estrita. Não havia flagrante e nem ordem judicial pendente, o que me levou a reconhecer a ilegalidade da prisão, mesmo ouvindo o choramingar da vítima que a todo momento argumentava que eu iria liberar um bandido.

O preso foi solto na minha presença e, no domingo da mesma semana, ainda no plantão, o Delegado coator representou pela prisão preventiva do suposto estuprador, por mim deferida.

Pensei que o caso estivesse encerrado, ante a clareza da situação. Mas, às vezes, o leigo não compreende certas sutilizas do direito. Na semana passada, fui surpreendido com um ofício da Corregedoria de Justiça, que provocada pela senhorita ofendida, solicitava informações sobre o ocorrido.

Respondi a solicitação (clique no fac-simile da imagem para ampliar o seu conteúdo), mas fiquei a matutar qual foi o meu erro: descobri que nem sempre tenho a paciência de ouvir com cortesia.

Bem, se servir de consolo, diz-se natural que as paixões nos levam a cometer erros...

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Tramar contra?


Na edição que circulou hoje, em Manaus, o jornal A Crítica (acesso livre mediante cadastro), nocaderno "Cidades", dá em letras garrafais: "Casal é preso por tramar contra a morte de Isabel".

A notícia, em si, não é o foco do post. O título foi o que me chamou a atenção, mais precisamente o uso do vocábulo "contra". Não sou nenhum professor Pasquale, mas soa óbvio que a manchete poderia se sustentar sem o "contra", ganhando, até, maior clareza: "Casal é preso por tramar a morte de Isabel".

Se fosse o inverso - Casal é preso por tramar contra a vida de Isabel - tudo bem, mas, tramar contra a morte, dá a entender que os dois maquinaram, urdiram, conspiraram para que ela não fosse morta.

Pegou pesado


O Blog do jornalista Ricardo Noblat publica interessante matéria, relatando o teatro do absurdo em que se transformou a conduta de alguns dos senadores componentes da Comissão de Ética do Senado, interessados unicamente em salvar a pele do seu chefe-mor, Renan Calheiros.

Presidente do Conselho, senador Sibá Machado (na foto), parlamentar sem um único voto, pois suplente da senadora Marina Silva, guindada à posição de ministra no Governo Lula, o político acreano é brindado por Noblat com o epíteto "moleque de recados de Renan".

Não é à toa o que dizem por aí a respeito do Congresso Nacional: se cobrir, vira circo; se cercar, hospício.

domingo, 17 de junho de 2007

Um novo Senna?

Com apenas 22 anos de idade, estreante na Fórmula 1, o inglês Lewis Hamilton venceu o GP dos Estados Unidos, realizado no dia de hoje, em Indianopólis.

Já o nosso A. Senna iniciou sua carreira de piloto de F1, quando contava com 24 anos de idade, mas numa escuderia pequena, a Tolleman. Devido à limitação do carro e equipe, durante a a estréia na temporada de 1984, seu melhor resultado foi um 3º lugar.

Lewis Hamilton, mais jovem e pilotando o bem acertado carro da poderosa MacLaren, tem duas vitórias e está em 1º lugar na classificação do campeonato. Tem tudo para ultrapassar os recordes alcançados por Schumacher, Senna, Prost e Nikki Lauda.

sábado, 16 de junho de 2007

Nem só de trabalho vive o homem!






Garimpando no território livre da internet, encontrei as fotos acima postadas, referente ao concurso Miss Universo, realizado no final de maio, na capital do México.

Não se trata de ufanismo bobo, mas, cá pra nós, a brasileira Natália Guimarães supera a japona Riyo Mori. Aliás, penso que até a coreana é mais bela que a miss nipônica.

Interventores, mâos à obra. Vamos palpitar: futebol, política e mulher (parte física, não a emocional, registre-se) nós entendemos!

PS. Impressão minha ou a miss Índia não é cara da Juliana Paes?

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Curto e grosso


Vejam o que escreveu o deputado Fernando Gabeira no seu blog:

O discurso de Renan Calheiros é falso. Os recibos por ele apresentados são falsos. Os bois Epitácio Cafeteira e Sibá Machado são de presépio. O Brasil não suporta mais essa corja. Um Congresso presidido por Renan Calheiros não pode ser reconhecido pelo país.

Lembrete meu: para quem não tem boa memória, Gabeira teve importante atuação no processo que levou à renúncia do então presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti. Em discurso, na Câmara dos Deputados, Gabeira, chamou Severino de "vergonha para o país".

Oh, meu doce rio...


Amazonas moreno/
Tuas águas sagradas/
São lindas estradas/
São contos de fadas/
Oh, meu doce rio...

Versos iniciais da canção "Amazonas Moreno", na voz do grupo local
Raízes Cabocla. Boa audição e bom final de semana pra todos.

PS. Coincidência. O Jornal Nacional acaba de noticiar que o IBGE realizou um estudo comprovando que o Rio Amazonas é o maior rio do planeta, com cerca de 6.800 Km de extensão. O canal da National Geographic terá que corrigirr a resposta do "quiz" divulgado no intervalo dos seus programas (click
aqui para ler a notícia no portal G1 e aqui para entrar no site do IBGE)















quinta-feira, 14 de junho de 2007

Catedrais (Complementado)

A música disponível no player se chama "Cathedral Song", interpretada por Tanita Tikaram (texto em inglês), cantora nascida na Alemanha e dona de uma das vozes mais insinuantes. Versão dessa canção fez sucesso aqui no Brasil, cantada por Renato Russo e Zélia Duncan.

















As fotos abaixo mostram algumas catedrais pelo mundo. Não consegui identicar as duas últimas. A primeira, é a catedral de Dom Bosco, localizada na Holanda; a segunda, a da Sagrada Família, na Espanha e a terceira, também na Espanha, é a de Santiago de Compostela. Graças à colaboração de de J. T. Luchsinger e de um anônimo, acrescentamos que a penúltima catedral está situada em Cuba (San Cristóbal de La Habana) e a última (Frauenkirchen) em Dresden, na Alemanha (veja as intervenções para mais fotos desses dois monumentos, gentilmente postados por Luchsinger).



quarta-feira, 13 de junho de 2007

UNIMED em dia


Estou a folhear a Revista Piauí quando me detenho na seção do horóscopo e leio o que os astros reservam aos arianos: "o signo confere combatividade e coragem. Inúmeros foram os soldados arianos mortos nas duas grandes guerras do século passado, devido à afoiteza com que se apresentavam como voluntários. Mal canalizada, a combatividade pode resultar em despotismo e agressão. Antes de agredir alguém, o ariano deve verificar se está em dia com seu seguro de saúde".

Liberdade, abra as asas sobre nós...


Leio no Diário do Amazonas (somente para assinantes), edição que circulou hoje, notícia sobre a captura de um detento foragido do IPAT (Instituto Penal Antonio Trindade) e que, no momento da prisão, apresentara ao seu captor um alvará de soltura por mim assinado (click na figura para ver a matéria ampliada).

No teor da reportagem, declarações atribuídas a um Major que atende pelo exótico nome de Audo (com “u”, mesmo), tece considerações sobre o fato, declarando ele textualmente: “é uma situação muito estranha. Uma fuga deveria ser um agravo e não um atenuante. Não foi comunicado aos órgãos competentes e a polícia continuou à procura dos fugitivos”.

É um truísmo afirmar que no direito penal brasileiro não caracteriza crime a fuga ou tentativa de fuga de preso. Somente se pune essa conduta penalmente, quando ele (preso), pratica violência contra a pessoa. Falta disciplinar?, sim, não resta dúvida. Mas crime, não.

A liberdade, que no dizer de Cecília Meireles é palavra que ninguém explica mas que todos entendem, se constitui no desejo de todo preso e é inerente à pessoa humana privada desse bem maior. Se o legislador, um dia, entender de criminalizar a fuga, o caminho deverá ser aquele percorrido por todo projeto de lei e não porque assim o Major Audo entende.

O fato concreto diz respeito a um preso – Denis – processado na vara em que atuo por roubo à mão armada e que obteve liberdade após demonstrar possuir os requisitos para tal (primariedade, bons antecedentes, residência fixa) e, principalmente, depois de ressarcir a vítima do prejuízo monetário por ela suportado.

O alvará de soltura foi enviado ao IPAT, a significar que a unidade prisional tinha ciência da desnecessidade em recapturar Denis.

Liberdade é regra; prisão é exceção. Diante de tão elementar princípio, concedi ao réu a oportunidade de usufruir da liberdade provisória, mesmo sabedor que ele havia se evadido do presídio, vamos dizer... antes da hora, pois, repita-se, a fuga de preso ou a tentativa não configura crime.

É...ensina o ditado popular "quem fala demais, acaba por dar bom dia a cavalo". Bem, ao menos se extrai um juízo de valor deste caso: é que o Major Audo deve entender de direito penal tanto quanto eu entendo de física quântica.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Pedi 10, ganhei 100


Não consegui encontrar um termo equivalente a workaholic (talvez heavy user) para demonstrar meu relacionamento com a internet.

O certo é que para quem apreciava todo e qualquer tipo de leitura, a internet é um achado. Quase todos os jornais do mundo contam com versões on-line (a maioria gratuita), além das revistas, portais e agências de notícias. Para quem aguardava a chegada do fim da tarde para sair correndo atrás de uma banca de revista e adquirir por R$ 5,00 (o frete encarece para quem mora em Manaus) os jornais Globo, Folha, Estadão ou JB (um de cada vez, naturalmente, com a escolha recaindo naquele com a manchete mais "atrativa"), a internet é uma mão na roda.

Pois bem, aí começaram a se disseminar os blogs. Como bem disse a jornalista Rosana Hermann “o rádio e a TV tornaram-se poderosos meios de comunicação DE massa. Veio a Internet e os blogs. E surgiu o meio de comunicação DA massa".

Todo esse nariz de cera é para relatar que visitando um dos blogs armazenados na minha lista de favoritos, dei de cara com uma fotografia de uma esquálida senhora catando lixo em plena via pública, como um abutre à procura de carniça.

Passei um e-mail para o autor, solicitando permissão para aqui postar a emblemática imagem e, ao receber a resposta, qual não foi minha surpresa quando o proprietário escreveu ter disponibilizado o meu link na sua lista de "recomendados" e ainda publicado o pedido no conteúdo do blog, com direito a foto e o selo de garantia "vale a pena acessar"?.

Valeu, jornalista Altino Machado.

Defesa conflitante - Parte II


Para quem não é do ramo, Francesco Carnelutti, autor de "As Misérias do Processo Penal", clássico da mesma envergadura que "Dos Delitos e das Penas", de Cesare Beccaria, apresenta-se como um dos maiores juristas italianos e é referência para quem atua na área criminal.

Ao interrogar os acusados do assalto à casa noturna Porão do Alemão, lembrei de Carnelutti. Na obra referida ele admite a complexidade do ser humano, presente até na maneira de sentir a caridade: "existem aqueles que concebem o pobre com a figura do faminto, outros do vagabundo, outros do enfermo, para mim, o mais pobre de todos os pobres é o encarcerado", afirma ele.

Quando recebi os réus para o interrogatório, algemados, cabisbaixos, sentados a minha frente, num contraste desditoso, definido como "a majestade do homem de toga em contraposição ao homem na jaula", fiquei a pensar na dinâmica do assalto: encapuzados e armados, subjugando suas vítimas, os réus (dois deles) ali, naquele momento, sentiam-se senhores do mundo. Mas, aqui, na minha frente, as "feras", algemadas, tornaram-se simples mortais.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Defesa conflitante

Hoje, segunda-feira, interroguei os réus acusados do assalto à casa noturna Porão do Alemão (consultar, aqui, post anterior sobre o caso).

Foram quatro os réus denunciados: Reinaldo e Nazareno, na condição de autores (executores) do roubo e os outros dois (Alan e Janiel) na condição de partícipes (Alan teria, na qualidade de ex-funcionário da casa noturna, repassado informações sobre a rotina do estabelecimento, enquanto Janiel fornecido as armas).

Alan, o primeiro a ser interrogado, admitu sua participação como informante, inclusive assumindo que ligou para o celular de Reinaldo dando o "sinal verde" para a execução do roubo. Entretanto, afirmou ter sido forçado a colaborar com o bando porque Reinaldo ameaçara sua família, caso assim não procedesse.

Nazareno, o segundo réu, também assumiu a autoria do assalto, bem como confirmou a parceria com Reinaldo, na execução, e Alan no repasse das informações vitais para o sucesso da empreitada criminosa.

Em seguida, Reinaldo, executor direito do assalto, ratificou a versão de Nazareno quanto à execução, mas rechaçou ter ameaçado a família de Alan ou o próprio, afirmando que a participação dele foi voluntária.

Janiel, que estava sendo acusado de fornecer as armas para o bando, negou a imputação, admitindo ter guardado em sua residência uma mochila, a pedido de Reinaldo, mas sem se interessar pelo seu conteúdo.

O pormenor interessante do processo é que Alan e Reinaldo estavam representados por uma única advogada. Diante das versões contraditórias oferecidas por ambos, não restou alternativa à causídica se não abdicar o patrocínio de um deles, pois a sustentação da versão de um prejudicaria o outro.

A advogada, em audiência, renunciou o patrocínio da defesa de Alan.

Ciclone cria cemitérios de carros em Omã

O post vale não tanto pela notícia, mas pelo cenário inusitado mostrado pela fotografia, semelhante a uma obra de artista plástico, estilo Tomie Ohtake. Impressionante.

"Carros que foram atingidos e quebrados por ciclone são amontoados em loja em Muscat, capital de Omã; cerca de 32 pessoas morreram e aproximadamente 30 estão desaparecidas no país, e outras três morreram no Irã na passagem do ciclone "Gonu", que nos últimos dias atingiu vários países do Golfo Pérsico" (Foto: Mohammed Mahjoub/AFP)

Fonte: Portal de Notícias da Globo

domingo, 10 de junho de 2007

Miscelânea musical

Após inúmeros contratempos com os acentos da língua portuguesa, consegui postar as músicas do final de semana.
A primeira, Renovação, na voz da dupla amazonense Candinho e Inês.
A segunda canção, Parole, é da década de 70, interpretada por Dalida e Alain Delon, isso mesmo, o ator francês tido por muitos como o homem mais bonito do mundo (faz tempo...). Dificil alguém no Brasil nunca tê-la ouvido.
Em seguida, L'appuntamento, versão em italiano para a nossa conhecida "Sentado a Beira de um Caminho", sucesso na voz de Roberto e Erasmo Carlos, aqui cantada por Andrea Bocelli.
A quarta canção é Losing My Religion, antigo sucesso do R.E.M., agora cantada por um coro de religiosos gregorianos (será que são?).
Depois vem uma outra música, no estilo sacro, pinçada do cd "Monjes Budistas,My Spirits Files To You.
Por fim, Big Log, com Robert Plant (a pedido do leitor "Highlander"; veja mais detalhes nas "intervenções").

Ah, deslize o botão azul, na lateral do player, para visualisar a lista completa das canções.




















Um olhar sobre Manaus (Post Republicado)




(De cima para baixo, 1ª e 3ª foto, por Pieneke; 2ª e 4ª foto, por Herbé.

sábado, 9 de junho de 2007

Renan e Mônica

Quem vem acompanhando o imbroglio do Senador Renan Calheiros com a jornalista Mônica Veloso deve ter sua opinião formada sobre o tema.

Também tenho a minha e esclareço, desde logo, não se tratar de discurso moralista, pois como bem disse Gilbert Keith Chesterton, sou homem e, portanto, carrego todos os demônios em meu coração. Mas, vamos lá: Renan Calheiros transformou sua versão num melodrama mexicano. No discurso aos seus pares, sentado na cadeira de presidente do Senado, a confundir o homem com a Instituição, referiu-se à ex-namorada como “a gestante”. Da gravidez propriamente, disse ser um “calvário”, querendo empregar a palavra com o sentido de “sofrimento”. E seria a criança a sua crucificação?

Também citou Cícero, o célebre orador e senador da República romana, conhecido justamente por sua dureza com o que considerava degeneração dos costumes. O pretexto para citar Cícero foi lamentar que a disputa política tivesse chegado à vida privada dos indivíduos.

Nós é que lamentamos o triste espetáculo.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Recado sutil

Eu penso que a expressão "seu lixo" seja um eufemismo para....Faz sentido.

Feriadão no Tribunal

Amanhã, feriado de Corpus Christi, e na sexta-feira, a Justiça do Estado do Amazonas não funcionará, com exceção das varas e juízes plantonistas, escalados conforme portaria do Tribunal (veja aqui).

Já o Poder Judiciário de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul trabalharão normalmente na próxima sexta-feira, 8 de junho, dia posterior ao feriado de Corpus Christi.

Aliás, o Judiciário de Sta Catarina, em sessão do Pleno do TJ, elaborou no início deste ano um calendário geral que indica as datas comemorativas e feriados nacionais. Esta programação mostra que não haverá extensão de feriados – os chamados "feriadões", nesse Estado.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Eu morro e não vejo tudo....

As vezes penso ter assimilado a máxima do humanismo, imortalizada por Terêncio, escravo liberto e poeta latino, por meio do aforismo sou homem e nada do que é humano me será estranho.

Entretanto, constato que algumas condutas do ser humano ainda me surpreendem.

Reporto-me à notícia publicada no site da Polícia Civil do Estado do Amazonas, informando que foi autuado em flagrante delito, por crime de atentado violento ao pudor, o presidiário Adson da Silva Cabral. Até aí nada demais: para quem trabalha numa vara criminal, como eu, delitos contra os costumes são rotineiros e habituais. O pormenor assustador é que o crime se deu no interior do presídio, no qual o flagranteado cumpre pena por desvio semelhante (clique aqui para ir até a página de consulta do TJAM; insira o nome dele no campo "nome da parte" e visualize sua folha de antecedentes).

Segundo o informe, uma garota de 06 anos de idade que acompanhava a avó na visita de um parente, ocupante da mesma cela de Adson, foi molestada por ele no recinto que ambos dividem com outros presos.

É... tem razão quem diz: coloque o homem em que estrela quiseres colocar. Lá, onde ele estiver, levará consigo o céu e o inferno.

domingo, 3 de junho de 2007

Discussão bizantina

Conta a história que o império bizantino foi marcado por repetidas revoltas palacianas. A política bizantina tornou-se tão famosa por sua complexidade de bastidores que ainda hoje usamos o termo bizantino para nos referimos a discussões inúteis e estéreis.

Pois bem, como se não bastasse a extensa pauta de temas importantes, pendentes de um pronunciamento oficial, vez por outra o Conselho Nacional de Justiça- CNJ - é obrigado a se manifestar sobre assuntos inusitados, como por exemplo a consulta sobre a legalidade dos dias enforcados ou a possibilidade de regressão na carreira, formulada por um magistrado mineiro.

Na semana que passou, novamente o CNJ foi acionado para decidir mais uma questão bizantina: se a afixação de crucifixos (via de regra nas paredes dos Tribunais do Júri), ofende o caráter laico do Estado?

O CNJ, por maioiria, decidiu que não (veja aqui).

Que o crucifixo é um símbolo religioso, não resta a menor dúvida. Para nós, cristãos (sou cristão, esclareça-se) a sua adoção numa dependência do Tribunal não revela preferência ideológica a uma determinada religião ou, então, discriminação a outras.

Particularmente, eu não me ofenderia em trabalhar num local com a estrela de Davi dependurada sob minha cabeça, ou com a estátua do Preto Velho no canto da sala; sem melindres, adequar-me-ia à tradição e aos costumes do lugar ou do País.

Bem de ver que, a rigor, o crucifixo nas paredes do Tribunal mostra-se um símbolo doloroso para o Judiciário. Ele faz voltar à memória do magistrado o maior erro de julgamento da história, como bem lembra Calamandrei.

Enfim, a valoração do símbolo ou ornamento, está em quem o observa e não no objeto em si.

Visitantes do Além-Mar

Ontem, sábado, acrescentei um novo contador, mais completo que o localizado no final da página. Por ser inteiramente grátis, ele somente me fornece números brutos de visitação, não permitindo a consulta de outros dados estatisticos, como a origem da visitante.

Então, assessorado por meu guru da informática (meu irmão, Carlyle), instalei um novo contador - NeoCounter - e o situei embaixo da minha foto; na configuração escolhida, optei por mostrar a cidade de origem dos que acessam a página.

Pensava eu que pelo fato do blog ser local, escrito em português e direcionado a um nicho de pessoas atuantes na área jurídica, não receberia visitantes de outras localidades que não Manaus. Qual não foi a minha surpresa, com o início da contagem, verificar a presença de internautas estabelecidos em cidades localizadas na Croácia, Portugal, Índia, Bélgica e Estados Unidos?

O novo contador é estiloso (se voce passar o mouse em cima da bandeira, abre-se um mapa, mostrando o país na qual a cidade se situa) e, por esquanto, estou na fase trial, que dura 14 dias. Se optar por adquiri-lo em definitivo, vou ter que desembolsar $14,99 por um ano de assinatura.

sábado, 2 de junho de 2007

Rock, Salsa, Pop...Músicas do Dia (Complementado)

Uma canção pode se redescobrir nas mais variadas interpretações.Observe como as duas músicas disponíveis no player (Killing Me Softly With This Song e Clock) receberam uma roupagem diferente de seus interpretes e arranjadores, renovando-se a audição.

A primeira, "Killing Me Softly", na versão original, interpretada por Roberta Flack; em seguida, na voz de uma cantora cubana de 70 anos de idade, Omara Portuondo (foto), portadora de timbre macio e ao mesmo tempo intenso. Sensacional. Insisto para que você ouça.

Depois, "Clocks", do grupo britânico Coldplay, em sua versão original e, logo abaixo, a mesma canção, num arranjo estilo salsa. Ficou interessante.

Quem tiver banda larga,ótimo; se não, paciência para aguardar as músicas carregarem.
PS. Acrescentei ao player mais um intérprete de Killing me Softly, agora na voz de Milton Nascimento.















sexta-feira, 1 de junho de 2007

Balanço do Mês de Maio

Hoje conclui minha planilha de ações penais sentenciadas, referente ao mês de maio.

Dez (10) foram as decisões de mérito prolatadas: 8 réus foram condenados e 2 absolvidos.

A soma das penas alcançou o montante de 28 anos e 7 meses de reclusão, o que dá uma média de 3,5 anos e meio por réu condenado.

Além das 10 sentenças de mérito, consegui livrar-me de outros 18 feitos, seja declarando extinta a punibilidade, seja determinando seu arquivamento, neste caso, a pedido do titular da ação penal.

Moral da história: 28 processos a menos no meu escaninho...