segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Cabra Macho



Desculpem-me a rudeza do título, mas foi a primeira expressão que me ocorreu quando li a notícia no portal G1, referente ao desafio lançado pelo Ministro Marco Aurélio, do STF, contra os parlamentares que insistem em congelar o salário dos magistrados. "Faço um desafio: troco o que ganho pelo que ganha um deputado e um senador", disparou o Ministro ao dar a aula inaugural na Faculdade de Direito da FMU, em São Paulo.

O desafio foi uma resposta às declarações do deputado eleito presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia que na última sexta-feira,
em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo, havia criticado o fato de os ministros do STF ganharem muito mais que o presidente da República.

Se um cidadão leigo raciocinasse assim, ainda vá lá.... Mas o Presidente de uma Casa Legislativa afirmar que os ministros ganham muito mais que o Presidente da República é de uma estultice sem tamanho. Pobre Parlamento.

Quem conhece os meandros do Poder sabe que o salário do Presidente da República é simbólico. Ele não tem gasto algum com despesas pessoais e de trabalho. Não necessita gastar com absolutamente nada. Seus familiares e assessores dispõem de um cartão de crédito corporativo, por intermédio do qual podem realizar compras à vontade e sacar dinheiro vivo sem limite de crédito.

Segundo as últimas informações, os gastos com esses cartões corporativos, entre compras e saques, alcançavam a cifra de R$ 400.000,00 (Quatrocentos Mil) mensais.

E o ministro do STF, assim como os demais membros do Judiciário, somente recebem o subsidio. É com essa verba que alimentamos a nós e nossa família, pagamos o aluguel do imóvel ou o condomínio, compramos livros, renovamos nosso vestuário e por aí vai...

Se eu já admirava o Ministro Marco Aurélio por suas possições jurídicas, passo admirá-lo também como Cidadão, defensor da classe.

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