sábado, 17 de fevereiro de 2007

Caso João Hélio

Eu não gostaria de escrever sobre o caso do garoto João Helio, arrastado pelo cinto de segurança por vários quarteirões, quando cinco bandidos roubaram o carro da família.

Já estamos sendo bombardeados todos os dias pelos notíciários da tv, jornal, internet e a questão "o que fazer com os menores que praticaram o crime", se assemelha à paranóia que nos acomete nas proximidades da época da copa do mundo, quando todos nós temos a seleção favorita para escalar.

Vou transcrever a entrevista do senador Cristovão Buarque - PDT-DF, ao Blog do Noblat, para fazer, ao final, um reles comentário.

O senador faz uma proposta alternativa à redução da maioridade penal que está sendo considerada por parlamentares como das mais radicais.

A idéia de Cristovam é tratar como adultos os menores que cometeram crimes graves, hediondos, independente da idade que tenham, 12, 13 ou 14 anos.

Leiam o que ele diz:

"Antes de ser contra, quero dizer duas coisas: eu sou contra a demagogia de dizer que a redução da idade penal vai reduzir a violência., Não vai. Existe uma fábrica de violência no Brasil. A redução da idade penal permite que a gente se vingue desses bandidos. E isso é um direito, não acho errado colocá-lo na cadeia como vingança. Mas não vai evitar a fabricação de outros bandidos. Se amanhã colocássemos todos os bandidos na cadeia, em cinco anos teríamos outro tanto de bandidos por aí. A sociedade brasileira é uma fábrica de bandidos, desde o corrupto do Congresso até menores que arrastam crianças no carro. E o meu medo é que continuemos com a vocação de avestruz do País, em que ao invés de resolver um problema a gente inventa pequenas saídas."

Disse mais o Senador brasiliense:

"O que eu defendo é que mantenha-se a idade penal, mas que haja o direito de juízes tratarem diferentemente casos de diferentes menores. Um menor que comete um crime como esse (o assassinato de João Hélio Fernandes) não pode ser tratado igual a um menor que bate carteira. Então permite-se o tratamento diferenciado a critério de uma determinada instância, pode ser um juiz, pode ser um conselho de juízes."

E concluiu:

"Só a educação vai resolver o problema daqui a 20 anos. A gente vai resolver o problema dos futuros bandidos mirins com a Educação, dos atuais eu não acredito. Não dá para recuperar um menino desses. O que eu defendo da educação é para fechar a torneira da criminalidade, mas não para filtrar a parte suja que já saiu da torneira. Existem duas coisas: justiça e paz. Justiça se faz com cadeia; a paz é com a escola."

Moral da história, segundo o Senador: Essa geração aí, de jovens marginalizados, já está perdida... O negócio é trabalhar com os pequenininhos, que ainda estão "puros"...

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