terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Interrogatório - Assalto ao DB

Terça-feira chuvosa, dia designado para realizar o interrogatário dos réus (cinco), acusados da autoria e participação do milionário roubo ao Supermercado DB, fato ocorrido no dia 22 de dezembro de 2006.

Foram mais de R$ 500.000,00 subtraídos do patrimônio da empresa, numa empreitada executada diretamente por dois dos acusados (Rudson e Luis Carlos), mas, contando, segundo a denúncia da Promotoria, com a participação de outras 03 pessoas (Marcilio, Elian e Leandro), os quais teriam concorrido para a prática do crime.

Começo a interrogar o réu Marcílio. Cidadão de meia-idade, olhar abatido, confessa sua participação na empreitada criminosa, admitindo ter informado aos demais sobre o sistema de pagamento da tesouraria do DB. Reconhece ter recebido R$ 32.000,00 do butim. No final do depoimento, diz-se arrependido e chora.

Em seguida, passo a ouvir o Rudson. Assume participação no evento. Rudson e Luis Carlos foram os autores diretos do roubo. Os que ingressaram na sala da tesouraria e de lá, arma em punho, renderam a tesoureira e retiraram os malotes com a milionária quantia. Disse ter ficado com R$ 150.000,00.

Luis Carlos, o Tiririca, outro que confessa a autoria do crime e conta idêntica versão a de Rudson. Até sua parte na pilhagem foi igual a do parceiro.

Já passam das 14:00 horas e inicio a ouvir a ré Elian, que vem a ser irmã de Luis Carlos. Elian nega ter concorrido conscientemente para a consecução do roubo. Afirma que foi usada involuntariamente pelo irmão.

O último réu se chama Leandro. Conhecido de Tiririca, Leandro conta que foi chamado por este após o assalto. Afirma que ao atender o telefone, Tiririca falou apenas que precisava de uma "carona". Ao chegar no local, Tiririca "abriu o jogo" e Leandro aceita conduzir a dupla para as dependências do Karaokê Fusato, pertecente a Elian, local onde foi realizada a partilha do dinheiro.

Leandro assumiu ter recebido R$ 40.000,00 pela cooperação e como jovem que é, esbanjou grande parte dessa quantia em futilidades. Gastou um bom dinheiro na boate Rêmulo's, reconhecendo ter desembolsado R$ 3.000,00 por um programa sexual com uma "garota de capa de revista", segundo a propaganda que lhe venderam.

É isso, Leandro: Prazeres imediatos, preocupações a longo prazo. Ao menos, valeu a pena (o programa sexual), disse-me ele - ao ser por mim perguntado.

Já passavam das quinze horas quando dei por encerrada a audiência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por tres mil...tem que ser capa de revista mesmo. Huauahahuahua
Eu nao pego uma audiencia dessas.[:D]